quarta-feira, dezembro 28, 2005

ÚLTIMO TEXTO DO ANO

Dia 28 de dezembro, quarta-feira, perto de nove da noite. Preparativos para festa da passagem de ano... e para uma pequena viagem, que é o que resta aos pobres advogados que só tiveram 15 dias de recesso forense em São Paulo. E o que dizer aqui, para que o Exterminador do Futuro não fique gravado como a última imagem do ano que termina ?

Eu tinha a pretensão de escrever um texto pra cima, que espelhasse a minha convicção em dias melhores....mas é hercúleo esse trabalho porque tudo que lemos nos leva à impressão de que estamos patinando na preservação de nosso Planeta para quem virá. São ataques preventivos de um lado, desmantelamento de rede de pedofilia de outro, escândalo de grampos não autorizados, parlamentares que não comparecem e recebem seus jetons, testes nucleares aqui, envenenamentos com gases desconhecidos ali, etc, etc, etc....

Será mesmo que somos viáveis ?

Só o tempo poderá confirmar nossa viabilidade...mas se não formos, que fiasco para quem se acha o top da vida inteligente!!!!

Outro dia resolvi entrar num desses concursos de bolar uma frase que sintetizasse o tema “tecnologia e natureza de mãos dadas”. Uma iniciativa louvável do Banco Real e da Philips (não estou levando nenhum jabá por fora não). Mas achei legal pensar nisso....O mote era justamente impulsionar os clientes do Banco a aderir aos boletos virtuais, com isso evitando a remessa do boleto físico, papel, correios, etc.... Aliás, o Banco usa papel reciclado até em folhas de cheques e tem uma carteira de ações de empresas com preocupações ecológicas/sociais...

O fato é que, enquanto vejo muita coisa acontecer no caminho inverso, sempre me apego nessas iniciativas pioneiras e verdadeiramente importantes remando contra a maré....

Claro que pode ser só marketing...mas se o staff de marketing desse Banco pensou assim, quem sabe nem tudo esteja perdido....

Acender consciências para não apagar o Planeta é um trabalho diário que precisa ser feito por todos aqueles que acreditam num Planeta viável para as futuras gerações.

Pensem nisso nessa virada de ano e vamos juntos atrás desse objetivo....fazendo massa crítica !!!!

Estaremos por aqui !!!!

Daniel Bykoff, co-responsável por esse Blog, que deseja a todos um 2006 mais humano, mais fraterno e com menos fome num mundo cada vez mais viável.

terça-feira, dezembro 13, 2005

EXTERMINADOR DO FUTURO


Arnold Schwarzenegger, exterminador do futuro e, por algum aborto da natureza, eleito governador da Califórnia, negou o pedido de clemência para Stanley Willians, outrora líder de uma gangue de rua, e atualmente um importante ativista contra a violência (tendo sido até indicado para o Nobel da Paz). Willians cumpriu sua pena de morte recebendo uma injeção letal ontem à noite.

A reflexão que proponho hoje não tomará em conta que, pelo menos, Schwarzenegger mudou os métodos e não entrou na câmara de execução armado até os dentes, atirando para todos os lados. Nem tampouco sobre a conduta pregressa do executado.

O que pretendo lançar para a discussão é a prepotência de um país que insiste em manter a pena de morte, mesmo contra todas as evidências sobre a sua eficácia. Pior do que isso: um país que acredita que a morte pode e deve ser o coroamento de um processo judicial.

As autoridades americanas têm o poder de transformar a pena de morte em prisão perpétua (o que corresponde “morte” do sujeito para a sociedade). Por que então matar ? Haveria alguma utilidade sócio-educativa na morte de alguém ? Dirão alguns: a pena de morte inibe outros crimes .... mas aí então o sujeito estará sendo julgado por sua utilidade para coibir novos crimes, não pelo crime que praticou.

Como ativista contra a violência será que Stanley Willians não teria sido mais produtivo para a sociedade, principalmente para a sociedade americana, tão carente de vozes que se levantem contra a violência ?

Assim como falei sobre o desarmamento (provou-se, após, que a campanha do não tinha dois grandes patrocinadores....as companhias fabricantes de armas), e, perplexo, sobre a auto-imolação do Francelmo, essa morte soou como mais um grito macabro: VIVA A MORTE !!!! Por mais paradoxal que isso possa parecer.

O mundo não fica menos violento com a morte de Stanley Willians...fica mais violento porque concede ao exterminador do futuro o direito de matar “legalmente” um ativista contra a violência.

Daniel Bykoff, co-editor deste Blog, é contra armas, penas de morte e tudo mais que nos iguale aos verdadeiros criminosos.