domingo, novembro 05, 2006

Pena de Morte e Saddan Hussein



Poucos julgamentos na história tiveram tantos questionamentos sobre legitimidade, devido processo legal, desvios, etc, quando esse a que foi submetido o ditador Saddan Hussein.

Saddan foi condenado à morte por enforcamento, um plus de crueldade (talvez para compensar as práticas igualmente cruéis que ele utilizou para se manter no poder, com o beneplácito dos EUA e da Comunidade Internacional).

Não tenho como questionar os fatos, tenho somente como questionar a pena imposta, que vai contra todo o sentido de Humanidade. Matar alguém, porque este alguém matou 1, 10, 100, não muda o fato em si de que o Estado, o establishment, se iguala ao criminoso e comete uma "maldade" oficial.

Essa pena parece muito mais política, do que justa...muito mais midiática do que justificável, e está sendo contestada por ser inócua, vazia, e pelo potencial de dano para o futuro, num país ocupado e destruído pela sanha americana de sufocar o "terrorismo internacional" (lembrem-se que não foram encontradas armas de destruição em massa).

Assim como a Anistia Internacional, sou totalmente contrário a qualquer tipo de pena de morte, e essa não foge à regra. Principalmente pelos claros desvios que indicam um tribunal ilegítimo, subversão de ritos processuais, etc.

Bush filho (aquele que conversa com Deus) encontrou um factóide para sua campanha. Espero que os americanos não sejam tão burros politicamente quanto todos nós achamos.

O senhor da guerra não merece uma segunda chance.

Aliás, sobre segunda chance....

Daniel Bykoff, co-editor desse Blog, contrário a qualquer tipo de reeleição, até para síndico de prédio.

3 Comments:

At segunda-feira, novembro 06, 2006 9:59:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Sou contra a pena de morte! Principalmente pelo fato de ela ser extremamente simplista. Nada a ver com direitos humanos ou direitos dos manos, mas acho que não é extamente uma pena. Pra quem morre é muito fácil! Difícil é viver, o inferno é aqui! Tem que existir penas duras, trabalhos forçados...fazer valer o teto que o abrigará pelo resto da vida, assim como fazer valer o alimento e a água que irão saciar as necessidades.

 
At quarta-feira, janeiro 10, 2007 6:11:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Não há nada que eu possa dizer além de "concordo absolutamente com tudo o que está escrito acima"!!!!!
Não sei se saberia colocar isso com as minhas palavras com tamanha clareza, mas parece que tudo o que pensei sobre o assunto foi transferido (com melhoras!) para este texto...

 
At terça-feira, novembro 10, 2009 8:27:00 PM, Anonymous Aranha said...

Imagina essa estória:

Um viciadozinho "de menor" cheio de droga na cabeça entrar na tua casa de madrugada, amarrar todo mundo, bater, estuprar tua mulher na tua frente, tua filha de 12 anos, e até mesmo teu filho de 10 (que segundo o viciadinho parece uma bichinha), matar teu cachorro com uma faca de cozinha, ficar surrando e dando coronhada na cabeça de todo mundo dizendo: "Perdeu Playboy! Cade o dinheiro senão todo mundo morre?".
Ai quando a polícia chega ele mata teu filho na janela, na frente de todos pra mostrar "que é macho e nao tá brincando", lá pelas tantas no tiroteio ele mata tua mulher também e aleija tua filha (lembre-se também que ela ficou grávida pelo estupro e pegou AIDS).

Quando finalmente a polícia consegue prender o miserável, não acontece nada, porque ele é menor de 18 anos, e apesar de já ter um historico de assaltos a mão armada, roubos e mortes, o Estado considera que ele é um anjinho inocente que não pode responder pelos crimes. No dia seguinte ele está solto.

Tu muito puto com isso tenta organizar um protesto junto com teus familiares, então vem algum político imbecil (Alguém pensou no Lula ou na Marta Suplici) e diz que não é nada, que tá tudo normal, que é frescura das "Elites". (Como se tu que mora na periferia, se formou em supletivo e cursou alguma licenciatura noturna, pra ganhar R$ 700,00 por mês, pagar aluguel e financiar um Uno Mille usado em 48X fosse culpado por o cara te assaltar e matar tua família....

Acho que tu mudaria de idéia.

Mas ainda seria somente sede de vingança, por um Estado incapaz e corrupto.

Meu ponto é: Antes de discutir a moral, a religião, o direito ou não do Estado, por que não discutir antes se funciona? Nos estados americanos onde tem pena de morte, diminuiu a criminalidade? E mesmo se diminuiu, a pena de morte não seria uma declaração do Estado que é incapaz de mudar aquela realidade? Não seria uma desistência? Não seria acreditar que é impossível mudar/melhorar as pessoas?

 

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