UM COMPUTADOR POR CRIANÇA
Expectativa. Essa é a palavra que define meu posicionamento sobre a Laptop desenvolvido por uma empresa americana, para suprir as crianças do mundo com a tecnologia que se diz necessária a igualar as suas oportunidades no mundo globalizado.
A idéia é realmente revolucionária, e parte do princípio de que ferramentas como essas (acesso a tecnologias), são essenciais ao aprendizado, justamente no período em que uma criança está mais suscetível a receber, processar e assimilar conhecimento.
Não será um laptop de US$ 100....seu preço está próximo de US$ 150, mas pouco importa o preço, a essa altura. O que importa é o envolvimento de países de Terceiro Mundo para prover suas crianças carentes dessa importante ferramenta de futuro.
Como qualquer atitude revolucionária, é natural que o projeto fosse bombardeado de todos os lados, quer porque os países ricos não têm a exata compreensão do que seja a miséria e a falta de perspectiva de sair dela, quer porque, mesmo nos países em desenvolvimento, há uma elite (não as "zelites" tão em voga no discurso oportunista de um certo candidato a presidente da república) que sempre reverbera as opiniões que vêm de fora.
Não há a menor possibilidade, a meu ver, de que a distribuição desses Laptops não influa no aprendizado de crianças carentes.
Influirá sim. Mas não naquele tipo de aprendizado baseado na memorização, repetição, etc.
Nossos estudantes aprenderão (e essa é minha esperança) a procurar respostas. Estarão envolvidos nas conexões necessárias para pesquisar por palavras-chave, por conceito central...o que, por sua vez, auxilia no processo de reduzir uma idéia a um núcleo central.
Dirão, ao final do ano letivo. "- Nossa, passei de ano graças ao São Google!".
Mas isso não será verdadeiro....terão aprendido a pensar. Isso é o que espero.
Em tempo: ainda que todas as possibilidades de mal uso do Laptop sejam efetivas, ainda assim vale a pena. Uso de tecnologia para conectar-se a sites de relacionamento, a jogos virtuais, venda de equipamento por droga, etc, etc, etc.
Só não sei se uma criança, em bolsões de miséria e pobreza, limitada no seu mundo pelo nível intelectual de seus pais, com quem não discute coisas mais profundas do que as verdades absolutas como "foi Deus quem quis assim"...."esse é nosso destino"...."vamos pedir a Deus que mande chuva", e coisas do gênero, conseguirá romper o círculo vicioso e acabe descortinando para seus pais um novo mundo de informação.
Seria a revolução ao contrário !
Quem sabe !?
Daniel Bykoff, co-editor desse Blog, otimista convicto, e fazendo massa crítica