MAIS UMA VEZ....
Interessante essa resistência que tenho em escrever poesia ... idêntica à que eu tinha em escrever para teatro (tá certo, confesso, fiz teatro amador na juventude e só larguei por um dever auto-imposto de estudar para alguma profissão viável).
A mim soa como se eu tivesse receio em descobrir alguma habilidade adicional e, assim, concluir que escolhi o caminho errado (ainda que eu saiba que nenhum caminho é errado, e que errado é o caminho em que você não está).
Mas quando rompo essas resistências e ouço tantas palavras de carinho e incentivo, como as que ouvi ainda outro dia, parece que a dificuldade em escrever não “ortodoxamente” fica maior ainda. Será que se ouvisse coisas não muito agradáveis minha reação seria diferente ?
Talvez devesse tentar mesmo.....
Essa rápida introdução, na verdade, é um pretexto para tentar novamente...não porque eu precise provar alguma coisa a alguém (a mim próprio...talvez !?). Mas porque a aridez da escrita na minha profissão me obriga a extravasar nos Blogs da vida, quer nas postagens, quer nos comentários que faço aqui e ali nas postagens dos meus amigos.
Meu partner Jaime supõe que eu tenha muitos poemas guardados, catalogados por fases, estilos e tudo mais. Huahauahauahauh !!!! Ledo engano. Não tenho nada escrito, nada guardado. Minto: de toda minha produção literária de outros tempos, tenho somente uma peça teatral infantil (na verdade um musical-infantil-pacifista-ecológico), o aclamado e mundialmente famoso: NÃO APERTA QUE EXPLODE, que é a história de uma bombinha atômica que não quer explodir !
Pois é.....e porque não escrever mais para as crianças, se ali, naquelas cabecinhas, se passa toda a magia do Universo (porque ali tudo é possível) ?
Minha filha tem 3 anos e vive me pedindo para contar histórias ... isso a toda hora (não as clássicas para dormir, etc). Ela quer que eu as invente, e acaba interagindo porque ela própria muda o rumo da história encaixando novos personagens, mudando destinos, inserindo-se na trama, etc....
Sei que cumpro um papel importante ao contar tais histórias para a Rafaela...mas sou eu o maior beneficiário desses momentos, porque ao invés de contar uma história de mentira para um juiz (que é maya-ilusão...nosso mundo dentro da Matrix), conto uma outra de verdade para minha filha (que é vida real).
Perdoem-me os leitores, então, mas esse poema vai para minha filha Rafaela. Os arqueólogos e antropólogos do futuro certamente não conseguirão entender muito dessa civilização se encontrarem minha produção literária ... mas ao menos poderão ter alguma idéia do que realmente importa para esse advogado-blogueiro do ABC paulista. Perdoem se parece piegas ... mas é que amor de pai é piegas mesmo! Lá vai:
Parece que foi assim
a vida inteira:
ser seu pai...
Na minha infância sem sorriso,
na adolescência obstinada,
na juventude perdida,
te vejo sempre e,
por mais que eu tente,
não lembro como era sem você...
Tamanha a dependência
do seu sorriso,
do seu dia....
Sei que digo isso
sempre,
de todas as formas...
mas não tinha dito – ainda –
em versos...
mal escritos,
é verdade....
mas escritos
para dizer -
de outro jeito -
que te amei sempre
e que sempre
estarei por perto...
mesmo quando eu
não estiver mais!
Daniel Bykoff, é co-editor desse Blog e continua cometendo essas insanidades: publicar poemas de qualidade duvidosa.
P.S. O DESENHO MARAVILHOSO DO TOPO É DA MARIANA MASSARANI.
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