quarta-feira, outubro 12, 2005

CURTAS - MASSA CRÍTICA

Pérolas sobre o debate do desarmamento

Outro dia ouvi um depoimento compenetrado e sério de algum “especialista”. Ele soltou essa pérola que faço questão de transcrever para todos: “Ninguém vai assaltar um banco se todos da fila estiverem armados.” Achei o máximo a situação, ou metáfora...sei lá. Fico pensando o que uma fila de banco faria toda armada. “Ei Johnny, essa fila é longa demais para nós dois”, “Finalmente te encontrei Doc...”, “Você furou a fila e por isso deve morrer, maldito verme”. Fora a fila externa para passar com as armas pelas portas giratórias.....Excelente argumento mesmo.


Limitação ao direito individual

Outra legal partiu do Deputado Fleury. Ele disse ser contra a proibição porque o Estado não podia tolher a liberdade individual impondo regras de conduta aos cidadãos (?). Partindo de um ex-Promotor de Justiça a afirmação soou meio estranha. Mas vá lá.... vale tudo no referendo. Aí (acho que foi) o Dalmo Dallari sacou essa: ele esteve numa conferência em Nápoli, conhecida por seu trânsito absolutamente caótico. Disse que lá simplesmente não havia regras de trânsito...terra de ninguém mesmo. E perguntou ao nobre deputado se as regras de trânsito também não constituíam inaceitável limitação à liberdade individual....Propôs então, seguindo o “raciocínio” do Fleury, que cada um decidisse qual farol respeitar, que limite de velocidade seria o adequado para ele, e por qual via trafegar, independentemente da mão indicada nas placas. Fica a referência.


Bomba também é arma

Entrar num avião portando uma bomba também deve fazer parte da proibição de armas. Enquanto o referendo não proíbe de vez, ou não libera, sirvo-me da estatística (tão valiosa quanto o conhecimento dos afluentes da margem esquerda do Rio Negro...essa é uma outra discussão a ser retomada em algum outro texto). Voltando: está provado, estatisticamente que a probabilidade de você entrar num avião no qual alguém esteja portando uma bomba, é de 1 em 10.000.000; entrar num avião no qual 2 pessoas estejam portanto uma bomba é de 1 em 1.000.000.000.000.000. Daí porque decidi, sempre que for voar, levar a minha própria bomba. Assim diminuo os riscos de alguém também levar a sua.


Classe política

Classe política é uma expressão inconciliável, nos dias de hoje. Não há classe na política e não há mais políticos com classe (sirvo-me novamente das estatísticas, não pretendo generalizar). Melhor usar os coletivos, bando, matilha, covil, etc. A pergunta que mais me intriga é a seguinte: é possível uma sociedade não corrupta eleger tantos corruptos ? Ou a sociedade brasileira está perfeitamente espelhada em seu Congresso ? A se pensar.


A última

Eventos sincrônicos, coincidências, predestinação são conceitos não muito bem entendidos por nós. Tá certo que a gente não se esforça muito para isso. Conheço dentistas com sobrenome Canal, Possidenti, por exemplo; conheço médicos com sobrenome Modes (esse é ginecologista); juízes com sobrenome Direito (esse é um Ministro do STJ). Será que ao nascer eles já estavam predestinados às suas profissões ou foi o nome que mudou os planos ? Tempos atrás, de passagem por São Tomé das Letras, passei por um açougue (fechado na hora do almoço). Jamais esqueci do letreiro daquele açougue: AÇOUGUE DOIS IRMÃOS. E, do lado, também em letras grandes, estava escrito: BOVINO E SUÍNO !!!! Será que a profissão deles também estava marcada nos nomes ou nos apelidos ????

Daniel Bykoff, também é galhofeiro, ainda que essa especialidade seja do “parceiro e partner” Jaime – O Groo